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O mundo que se foi...


"Bons tempos! Ainda existiam os cinemas de rua. Vi dezenas de filmes e isto me fez idolatrar a 7ª arte, mas os atores não eram os mesmos que via na TV.

As primeiras impressões que tive da infância foram às brincadeiras de ruas. E não poderia ser diferente. Onde estão vocês? Foi assim com todos que viveram a mesma era. Hoje, as brincadeiras se voltaram para a TECNOCRACIA. Videogame ou jogos on-line levam a criança a deixar de viver sua infância. Só não vivi mais intensamente os anos 80, porque surgiu a AIDS. Eu era bem novo e isso deixou meu alerta aceso. Muitos foram os que morreram assim.

Bons tempos! Ainda existiam os cinemas de rua. Vi dezenas de filmes e isto me fez idolatrar a 7ª arte, mas os atores não eram os mesmos que via na TV. Os anos 80 trouxeram uma leva de atores “Made in Hollywood”. Onde a beleza suplantou o talento. Infelizmente, por mais talento que todos tenham nenhum se equipara a um Gene Kelly ou Grace Kelly. Estrelas nascem e estrelas morrem.

E veio à década de 90. Produtos entraram em extinção. A caça ao que possuía qualidade foi declarada. Produtos que eram de envergadura foram substituídos por “PLÁSTICO”. Ventiladores, de ferro ou aço, se fizeram de plástico. As TVs se tornaram de plásticos. O produto sintético se impôs ao natural, a lei do comércio é: “A qualidade cai e o valor dispara”.

Nem “homens” e mulheres resistiram. Nos últimos anos surgiu o Metrossexual, triste ocaso do pós-machismo. “Homens” levam na mochila mais maquiagem que as mulheres em suas bolsas. Lipoaspiração e implantes são feitos sem avaliação médica. Em nome da vaidade tudo é válido, até mesmo colocar a vida em risco. Seios são aditivados com silicone, cinturas são modeladas com bisturis. “Homens” e mulheres vão para a linha de montagem do parque industrial da beleza e o resultado é lindo aos olhos, porém, a que preço? E de forma artificial a beleza se faz. A beleza não resiste ao lento avançar dos ponteiros. “Homens” e mulheres “MADE IN” não esqueçam o que disse o poeta do rock “O tempo não para”.

Marcelo Motta é escritor.

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