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Entrevista com o 'libertador de livros' João do Corujão


Papo com Poesia

Espaço dedicado a uma entrevista com um artista local de destaque. Conheça o renomado ativista cultural João Luiz de Souza, o João do Corujão. Idealizador do projeto Corujão da Poesia.

Diário da Poesia: Quem é João Luiz de Souza?

João: Um ser humano em estado de poesia e prontidão cidadã. Um afrobrasileiro de formação socialista. Um agitador cultural romântico. Aos 54 anos posso dizer-me um “maluco beleza”, sem nenhum temor dos patrulhamentos ideológicos.

DP: Quando você começou a se interessar por arte, especialmente pela poesia?

João: Fui alfabetizado e estudei durante muitos anos no Colégio Pereira Rocha e, depois, no Instituto de Educação Clélia Nanci. Nas duas escolas havia uma intensa vida cultural. Muitos eventos onde as artes eram celebradas, mas, posso assegurar que a paixão pela poesia e literatura nasceu no Pereira Rocha, onde recitei um poema num palco aos seis anos de idade e onde sempre tivemos muito incentivo à leitura de livros dos autores brasileiros.

DP: O Corujão é um evento reconhecidamente um sucesso. Como você teve a ideia de fazer um evento que envolvesse todo o tipo de arte? Por que Corujão da Poesia?

João: Tudo começou em São Gonçalo, na Livraria Neurônio, do Mário e da Patricia Salgado, que funcionava no Campus da UNIVERSO / São Gonçalo, na Trindade, no ano 2000. Criamos uma agenda de saraus com presença de artistas convidados e ganhamos uma enorme visibilidade na mídia e nos meios culturais. Fazíamos à noitinha e durante o dia, com o nome “Dizer Poesia - Universo da Leitura”. Daí fomos para Niterói e Rio de Janeiro, com o mesmo nome e horário. Em 2005, nasceu o Corujão da Poesia-Universo da Leitura, que acontecia da meia-noite às seis horas da manhã, na Livraria Letras & Expressões do Leblon, sempre com microfone aberto, arrecadação e libertação dos livros. O projeto sempre foi uma iniciativa de extensão e cultura da UNIVERSO - Universidade Salgado de Oliveira e, a motivação é a difusão do prazer da leitura, mas, a ideia de fazê-lo no formato de uma vigília semanal, foi devido a percepção de que havia muitas pessoas insones e apaixonadas por literatura, música e artes em geral, sem um local para reunirem-se e trocarem suas vivências. Deu certo. São 10 anos e milhares de pessoas já passaram pelos nossos encontros, além de criarmos uma comunidade permanente, que se reveza nos saraus, sempre bastante concorridos.

DP: Como é fazer 10 anos do Corujão ininterruptos e com grande sucesso e em diferentes pontos no estado do Rio de Janeiro?

João: Toda semana é uma sucessão de surpresas. Fazer dez anos é um desafio para prosseguirmos e multiplicarmos as metas e sonhos. A prioridade é fomentarmos o prazer da leitura. Ler é uma atitude revolucionária numa realidade como a nossa.

DP: Você é nascido e criado em São Gonçalo. Como você vê o momento atual da cultura gonçalense?

João: Sou um gonçalense apaixonado, mas tenho acompanhado pouco a agenda cultural da cidade. Creio que uma cidade que tem a décima sexta maior população do Brasil, merecia ter apoio de todos os setores, órgãos públicos e iniciativa privada, deveriam contribuir para a cultura gonçalense.

DP: Conte-nos um fato que tenha te marcado muito nesses 10 anos de Corujão.

João: O fato do Jorge Ben Jor ter se aproximado de nós e tornado-se o PADRINHO do Corujão da Poesia -Universo da Leitura.

DP: Deixe um recado para aqueles que queiram se apresentar no Corujão da Poesia, como fazer?!

João: É só aparecer. Seja em São Gonçalo, Niterói ou Rio de Janeiro, o microfone é aberto. Para acompanhar a nossa agenda basta acessar a nossa página no Facebook: www.facebook.com/corujaodapoesia

Desejo alegrias, realizações, muita poesia e leitura em nossas vidas. Leia sempre um bom livro e inclua a poesia em sua agenda diária.

Renato Cardoso é professor e poeta.

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